sábado, 24 de novembro de 2012

Agricultura urbana pode ser estratégica para a segurança alimentar


Lisboa, 23 nov (Lusa) - A agricultura urbana pode desempenhar um papel estratégico em termos de segurança alimentar, defendeu hoje um especialista da Universidade Católica do Porto, sugerindo que a população urbana deve ter acesso direto à terra.
Leonardo Costa, engenheiro agrónomo e docente da Faculdade de Economia e Gestão da Católica-Porto, falava num congresso sobre "Agricultura do Futuro", organizado pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas (CONFAGRI) e salientou que, apesar de ser ainda um fenómeno recente, a agricultura urbana está a crescer em todo o mundo.
"Tem aparecido com funções sociais, ligada às pessoas que querem cultivar os seus alimentos, mas também existe uma classe média que quer ter acesso às hortas como forma de educação ambiental e de ligação à terra das crianças", afirmou.

Devo afirmar que estou totalmente de acordo com a visão deste especialista sobre as funções sociais da agricultura urbana, embora sem colocar o patamar tão alto... ao nível da segurança alimentar.

domingo, 11 de novembro de 2012

Hortas urbanas em Odivelas - Para quando um talhão para cultivar na Paiã?


Na passada quinta-feira assisti à sessão da Assembleia Municipal de Odivelas em que foi votada e aprovada na generalidade a proposta de regulamento para acesso aquela que será a primeira “horta urbana” de Odivelas, a instalar no bairro da Codível.
O anuncio desta iniciativa da Câmara Municipal teve lugar em meados de Maio. Na ocasião foi referido que estariam a concurso 23 talhões de 50-60 m2 cada, com o objectivo de além do cultivo da terra, desenvolver uma componente educativa, com acções de formação sobre técnicas de produção, trabalho comunitário e compostagem.
Espero que este projecto-piloto constitua um marco no estabelecimento das "hortas urbanas" em Odivelas. No entanto, as hortas urbanas já são um projecto bem consolidado aqui ao lado, em Lisboa - as hortas comunitárias de Benfica, por exemplo, já são uma referência na AML onde além do talhão para cultivar, os "hortelãos" têm direito a "abrigos colectivos para aprovisionamento de alfaias e materiais de apoio ao cultivo e acesso a água para a rega". E outros projectos vão ganhando forma em vários pontos do País – Évora, Estarreja, Ponte de Lima, Maia, Lagoa, Porto (“Horta à Porta”) …

Horta comunitária de Benfica, em frente ao Colombo - um bom exemplo a seguir
Entretanto, em Odivelas, o projecto das “hortas urbanas da Paiã”, a instalar na Escola Agrícola da Paiã, tarde em ser concretizado. Anunciado em 2009 e inscrito no âmbito da candidatura ao Programa Operacional Regional de Lisboa – Parcerias para a Regeneração Urbana da Vertente Sul do Concelho de Odivelas, o protocolo a celebrar entre a CMO e a Escola Agrícola foi aprovado em Sessão de Câmara de 23 de Maio de 2011. No entanto, mais de ano e meio volvido, parece que este projecto saiu da agenda política.
Também o projecto apresentado em 2008, no âmbito da iniciativa CRIARTE, para a criação de hortas comunitárias em Caneças, um território com um passado importante nas práticas agrícolas está parado. A ideia era  realçar a importância do "saloio"/ tradicional, um referencial da cultura popular da área metropolitana de Lisboa na freguesia do concelho de Odivelas que  apresenta mais características rurais e uma genuina cultura saloia. O projecto está muito bem estruturado e apresenta um diagnóstico e um conjunto de propostas interessantes para o seu desenvolvimento. Para conhecer  o projecto, basta seguir o link:

Também na sessão de lançamento do Orçamento Participativo 2013, registei que a Associação de Moradores do Vale Grande apresentou uma proposta para a criação de uma "horta comunitária" nesse bairro. Todavia, desconheço se este pretensão foi acolhida pela CMO...

No actual contexto socio-económico, dadas as dificuldades que algumas franjas mais desfavorecidas da população as hortas urbanas podem ser parte da solução para as pessoas com maiores dificuldades económicas.  Em resposta à crise, no concelho da Maia foi desenvolvido o conceito de "horta de subsistência", podendo candidatar-se desempregados ou pessoas que declarem baixos rendimentos. Este foi um assunto que mereceu análise actual num artigo publicado em Maio no jornal i Hortas urbanas. Descobrir a agricultura de auto-subsistência em tempos de crise


Nos dias de hoje, a horticultura urbana é cada vez mais relevante para uma melhor ecologia urbana, para a qualidade da paisagem e também para a vitalidade da comunidade. Embora as hortas urbanas sejam uma ideia já antiga - nos anos 80, o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles defendia a importância que estas hortas (apontando alguns exemplos dos países do Norte da Europa) podem constituir no domínio sociocultural, "permitindo um incremento da qualidade de vida dos seus utilizadores e promovendo hábitos de consumo saudáveis".
As autarquias assumem um papel importante no desenvolvimento das "hortas urbanas", quer no acesso a novos terrenos, quer no acesso à agua para rega e na protecção face ao roubo e ao vandalismo, bem como em acções de formação sobre as técnicas de horticultura.

A horticultura é um elemento estruturante da comunidade urbana do concelho de Odivelas. Espero que o projecto-piloto da horta urbana de Codível seja o primeiro passo de uma rede de hortas urbanas em Odivelas. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Requalificação Ecopista da Paiã - projecto OP2013

A "edição verde" da Visão, publicada nesta semana, destaca no caderno "Lisboa&sul" a bicicleta como um veiculo que "não usa combustível", "põe-nos em forma" e "faz bem à saúde". Neste caderno são apresentadas as ciclovias no norte, centro e sul do País, com destaque para a rede de ciclovias da cidade de Lisboa - uma obra notável da equipa liderada pelo  vereador José Sá Fernandes.

Para além de Lisboa, também Cascais, Vila Franca de Xira e Odivelas são referenciadas nesse caderno de sugestões de actividades para o fim-de-semana.

Instalada por iniciativa da Câmara Municipal de Odivelas (http://www.cm-odivelas.pt/CamaraMunicipal/ServicosEquipamentos/DesenvolvimentoDesportivo/Anexos/ecopista.pdf), a ecopista da Escola Agrícola da Paiã foi inaugurada em 11 de Maio de 2008, constituindo a ciclovia de referência no nosso concelho. Trata-se de um circuito pedestre e de bicicleta, com 4 km de extensão, localizado num espaço rústico de grande ruralidade - o percurso de terra batida está inserido no espaço agrícola da escola, atravessado por um curso de água (o "rio da Costa").

Ecopista da Paiã

Motivado por uma tarde solarenga de Outono, calcei os ténis e lá fui fazer uma caminhada. Enquanto percorria a ecopista (parcialmente, porque continua por reconstruir a ponte de madeira desde que ruiu em finais de 2010... vd post http://odivelas-ambiente21.blogspot.pt/2011/11/ecopista-da-escola-agricola-da-paia.html), constatei que este espaço lúdico beneficiaria bastante de uma intervenção de requalificação das margens da linha de água e da plantação de umas árvores ao longo do percurso... e também da reconstrução da  ponte de madeira que atravessava o Rio da Costa.


A ponte de madeira que atravessava a ribeira na ecopista

Dai, resultou a ideia de inscrever no Orçamento Participativo 2013 uma proposta para a requalificação ambiental do percurso da "Ecopista" da Paiã, que contempla 3+1 linhas de intervenção:
1) Plantação de árvores ao longo do percurso da ecopista (ex. plátanos);

2) Reabilitação ecológica das margens do curso de água (plantação de árvores (ex. salgueiros e amieiros) e remoção gradual das canas)

3) Reconstrução da ponte de madeira
+
Colocação de sinalética informativa da ecopista na vila da Pontinha (as unicas placas existentes encontram-se na rotunda junto à escola agrícola).



Julgo que esta proposta enquadra-se no espírito do OP 2013 e a sua concretização beneficiaria bastante a prática desportiva informal no nosso concelho.

O problema vai ser a publicitação desta ideia junto dos Odivelenses, porque o espaço reservado para o Orçamento Participativo no site da CM Odivelas não permite a votação explicita dos municipes nos projectos apresentados, contrariamente ao que sucede, por exemplo, em Lisboa (http://www.lisboaparticipa.pt/pages/orcamentoparticipativo.php). Mesmo assim, a ideia lá seguirá o seu caminho...


"Pode nunca vir a saber o resultado das suas acções, mas se não fizer nada não haverá resultado algum"
Mahatma Gandhi


PS: O espaço de apoio à ecopista encontrava-se fechado, apesar de estar previsto que de 1 de Outubro a 31 de Março operasse aos Sábados das 15h às 18h e aos Domingo das 9.30h às 13h...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O lixo, a ilha ecológica e o homem do lixo

No passado dia 9 de Outubro, estive presente na sessão de lançamento do Orçamento Participativo 2013 que decorreu no Salão Nobre da Junta de Freguesia da Pontinha.

Numa sala meia cheia, com a presença maioritária de associações de moradores, foram apresentadas presencialmente 8 propostas ao OP 2013. Eu apresentei a proposta de instalação de uma ilha ecológica na vila da Pontinha, adjacente à praça Bento de Jesus Caraça que foi objecto de obras de requalificação em 2009. Com a colocação da "ilha ecológica" ficaria concluída a requalificação urbana e ambiental daquele espaço público.

Praça Bento Jesus Caraça - Pontinha

Ao fim ao cabo, era concretizar na Pontinha um projecto que foi realizado em Caneças ao abrigo do OP2009 tendo orçado na altura em 40.000€. O equipamento em questão é constituído por contentores subterrâneos para a deposição de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), que têm identificados nos marcos exteriores o tipo de resíduos a que se destina (papel, vidro e plástico).

ilha ecológica junto ao edificio da CM Odivelas na Quinta da Memória
Mas, eis que o insólito acontece, na intervenção do Vereador do Ambiente, Carlos Bodião (PSD), refere que não foi apresentado "qualquer projecto de ambiente". No mínimo estranho, vindo do responsável pelo pelo pelouro do Ambiente e do lixo. Mas, o melhor ainda estava para vir ...
Na minha apresentação mencionei e documentei os problemas na recolha do lixo na vila da Pontinha, com verdadeiras lixeiras a ceu aberto perto de escolas e de outros locais públicos (ex. paragens de autocarro) ao que o vereador do Ambiente (ou o "Homem do lixo") afirma que "não é só a Pontinha que é uma lixeira ... é o concelho todo que é lixo!" Sem comentários.

Lixo por  recolher no eco-ponto junto da paragem dos autocarros
(Pontinha - Rua de Santo André)

Para a história fica a oportunidade perdida dos serviços da CMO para trazer melhor qualidade de vida para a  freguesia da Pontinha. Tal como aconteceu por iniciativa do OP 2009 em Caneças, também a vila da Pontinha merece uma ilha ecológica e um significativo ganho ambiental.

Da minha parte, fica o compromisso de continuar a lutar por um melhor Ambiente e por melhor qualidade de vida na Pontinha e em Odivelas. Talvez seja hora de a CMO considerar o lançamento de um Orçamento Participativo do Ambiente.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Museu agrícola da Escola da Paiã

Foi com agrado que registei a divulgação feita no "mural" do Facebook da CM Odivelas à Colecção de artigos e alfaias agrícolas patente no edifício da antiga vacaria da Escola Profissional Agrícola D. Dinis - Pontinha.
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.451231351577081.109041.263534167013468&type=1 

Esta exposição, inaugurada em Maio, remete-nos para um passado agrícola do território outrora rural do concelho de Odivelas e dos arredores de Lisboa - a zona saloia, que abastecia de legumes e vegetais a capital. As visitas são realizadas mediante marcação prévia junto da Divisão de Cultura, Turismo e Património Cultural da CMO - Tel.: 219 320 800 - turismo@cm-odivelas.pt


Todavia, a Escola Profissional Agrícola D. Dinis continua sem uma placa indicativa na vila da Pontinha. Apesar de estar autorizada a sua colocação há mais de 2 anos, ainda não foi feita. Na ocasião, comuniquei com os serviços camarários para a sua colocação no espaço em branco no suporte retratado na fotografia.


Placas de sinalização junto ao Velho Mirante

Julgo que era mais que ocasião de colocar as seguintes informações nos espaços em branco:
- Escola Profissional Agrícola D. Dinis

- Parque de merendas do Pinhal da Paiã


Espero que os serviços da CMO aproveitem a ideia...

domingo, 1 de julho de 2012

Aqui está uma iniciativa meritória, porque é desde pequeno que se deve sensibilizar para a cidadania activa!


ODIVELAS – Casa da Juventude expõe trabalhos do concurso “Escola Sustentável Energia”

A Casa da Juventude de Odivelas tem expostos os trabalhos vencedores do concurso “Escola Sustentável Energia” promovido pela DECO, durante o corrente ano lectivo. O primeiro prémio ficou em casa, tendo sido atribuído à escola EB1/JI Veiga Ferreira, pertencente ao Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas.
O objectivo deste projecto foi sensibilizar a população da comunidade escolar para a necessidade de adoptar comportamentos de poupança e de consumo eficiente de energia.
Com base neste pressuposto os alunos da escola, em colaboração com as suas famílias, elaboraram cartazes atractivos com a finalidade de captarem a atenção do público na divulgação de boas práticas de como poupar energia.
A mostra fica patente até final de Julho, na Casa da Juventude de Odivelas.
Miguel Durão

sábado, 12 de maio de 2012

De volta à acção:


Semáforos: Alentejo substitui 700 ópticas incandescentes por LED


Com um investimento de €75 mil – co-financiado em 80% - nove municípios alentejanos vão mudar as lâmpadas dos seus semáforos. O período de retorno está estimado em apenas dez meses.

Nove municípios do Alto Alentejo começaram este mês a mudar as ópticas dos seus semáforos, de incandescentes para LED, um processo que irá poupar 130 mil kWh e mais de €18 mil (R$45 mil) por ano. Haverá ainda uma redução da emissão de 60 toneladas de CO2 para a atmosfera, para além da redução da produção de resíduos de lâmpadas.
O projecto tem como pano de fundo uma colaboração da AREANATejo com a CIMAA (Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo) e irá substituir 26 instalações e 700 ópticas semafóricas de Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Gavião, Marvão, Monforte, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.
A AREANATejo é a Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo.
Recorde-se que a semaforização com LED constitui um dos programas presentes no PNAEE – Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética. “A utilização de lâmpadas de incandescência tem vindo a ser suprimida, pelo que a utilização de ópticas de LEDs em semáforos vai ao encontro das indicações dispostas nas políticas energéticas nacionais e europeias”, explica a AREANATejo em comunicado.
A instalação das ópticas semafóricas LED nestes nove municípios alentejanos deverá estar concluída no final de Maio. O investimento está cifrado em €75 mil (R$190 mil) e é co-financiado em 80% pelo Inalentejo. O período de retorno está estimado em dez meses.